Tarifaço dos EUA: maioria dos produtos exportados por SC segue com taxa de 40%; indústria perde 3 mil empregos desde agosto
Produção de móveis em Santa Catarina Reprodução A decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa de 40% para alguns produtos brasileiros como carne, café...
Produção de móveis em Santa Catarina Reprodução A decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa de 40% para alguns produtos brasileiros como carne, café e frutas é um avanço, mas não traz alívio aos exportadores de Santa Catarina, avaliou a Federação das Indústrias (Fiesc), nesta sexta-feira (21). Produtos de madeira e móveis, que representam 37,3% das exportações do Estado aos EUA, seguem sendo sobretaxados, causando duros impactos no PIB e na força de trabalho. De acordo com presidente da entidade, Gilberto Seleme, as vendas aos Estados Unidos, principal destino das exportações do estado, recuaram 9,3% neste ano. Com as quedas, foi registrado pela indústria catarinense o fechamento de mais de 3 mil postos de trabalho. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp A Fiesc afirmou ainda que vê a medida anunciada com otimismo, ao sinalizar que os canais de negociação estão sendo efetivos. No entanto, a lista é composta de muitos itens primários, enquanto Santa Catarina exporta predominantemente produtos industrializados, ao contrário dos itens que tiveram as tarifas retiradas por Donald Trump, como frutas. Veja os números de empregos perdidos por setor: Fechamento de 1,7 mil postos de trabalho no setor de madeira; Fechamento de 562 postos de trabalho no setor de móveis; Fechamento de 446 postos de trabalho no setor de máquinas; Fechamento de 313 postos de trabalho na indústria metalúrgica. Em setembro, uma empresa de móveis de São Bento do Sul, cidade que integra polo madeireiro do Norte catarinense, chegou a fazer uma demissão em massa e realizou reestruturação para se adaptar às mudanças. O sindicato da categoria estimou mais de 300 desligamentos no local. Empresa demite funcionários em massa para 'reestruturação' após tarifaço dos EUA Empresa de SC dá férias coletivas a quase 500 funcionários após medida Empresa de SC demite funcionários em massa para 'reestruturação' após tarifaço dos EUA Fiesc estima perda de milhares de empregos Segundo um estudo divulgado pela Fiesc, caso as tarifas sejam mantidas o estado terá 19 mil empregos perdidos em um ano. Em três anos, as projeções falam em 45 mil vagas. Os setores mais afetados em Santa Catarina são madeira, peças automotivas, equipamentos elétricos e móveis. 💸 Em outro estudo, a Fiesc estimou um recuo de R$ 1,2 bilhão no PIB catarinense em um cenário de queda de 30% das exportações para o país norte-americano. A entidade também detalhou que as regiões de mais afetadas pelo tarifaço são Serra, Norte, Oeste e Vale do Itajaí. PIB de SC pode ter recuo bilionário com tarifa dos EUA, aponta estudo Tarifaço de Trump derruba exportações de SC aos EUA em 19,5% em um mês Como empresas estão sendo ajudadas? Para apoiar indústrias e trabalhadores de Santa Catarina afetados pelas tarifas impostas, a Fiesc lançou ainda em agosto o programa "Destarifaço", que prevê apoio do órgão na busca por crédito e benefícios governamentais, além da consultoria para abertura de novos mercados. Também em agosto, o governo de Santa Catarina anunciou um pacote emergencial de R$ 435 milhões para apoiar os exportadores catarinenses. As medidas incluem benefícios fiscais e de financiamento. Serão atendidos por essa medida os negócios com faturamento máximo de R$ 300 milhões/ano que tenham sofrido impacto “crítico”, “alto” ou “relevante” diante da nova tarifa. Também estão incluídos os estabelecimentos com faturamento máximo de R$ 100 milhões/ano enquadrados no nível “gerenciável” de impacto. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias